Depressa acordei com a dissidência intenção de voltar a adormecer.
Um sussurro da chuva expediu-me a noticia que o nosso amor se esgotou.
Levantei-me em surdina, olhei pela frincha que me consentia antever o tempo lá fora, gélido.
Não alcancei o céu, desfechei a janela e calmamente o estranhei.
Receio. Agitação. Um amontoado de sensações que me escalavraram os sentidos e me fizeram desprezar a veracidade, por concisos ápices.
Semicerrei os olhos e sofri a doçura da lágrima que fluía.
O nosso céu azulou-se, deixou porquanto a reminiscência de uma nuvem determinada a carpir, e desmoronou-se.
Desatinadamente enclaustrarei a janela e asilei-me no abraço dos lençóis, ainda cálidos.
Deixámos o nosso amor morrer, sem tão-pouco nos entrevermos disso.
Dormi tanto que os meus sentidos prescindiram de poder ser alcançados.
sábado, 25 de fevereiro de 2006
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