O céu estava encoberto, a noite negra mas não mais fria do que o dia.
Foi somente então que, no calor luminoso em que ele se tornava ainda mais irreal, ela o abraçou.
Ela sentia-se, tanto quanto isso era possível. Cingiu a alucinação do seu ser imperfeito.
Forjou-lhe os sonhos sonegados… concernentes dessa terra de ninguém.
Apertaram-se sem levantar os olhos. Ele sabia o sufoco que lhe polia.
Os seus corpos, fatigados e destilados de amor, consumiram as ruínas dos seus sentidos rebuscados.
Olharam-se e os seus vultos eram a presa de sombras turbulentas.
Ele desamparava-a, mas alumiava-lhe algum alento, com o seu sorrir de miúdo inocente, confiando-lhe incessantemente ânimo para uma viagem de esperança, sem retrocesso.
Quiseram adormecer a serenidade de sonâmbulo que lhes percorria o alento, sem contudo tocarem a distância a que se descobriam… nessa terra de ninguém.