Senti que os anos não passaram. Por breves momentos, foi como se ainda lá estivéssemos, naqueles locais onde durante tantas horas nos rimos, numa galhofa alienada. Onde criamos notas musicais nos sorrisos uns dos outros, enquanto descobrimos cada silêncio de cada um dos nossos seres; dançamos alheios da realidade que nos envolvia, e esquecemos a solidão e os medos, e vivemos o que podemos viver, sorvendo para dentro de nós, o domínio e a entrega que nos dão alma à vida. Dos nossos olhares nasceram fontes de sensações, mundos, paixões, devaneios, essências... atrevemo-nos a olhar o mundo e a ver o que nos rodeava, não temendo a beleza, nem a partilha de loucuras que se completam em mundos secretos e íntimos de pessoas que se compreendem na simplicidade de gestos, nas manifestações físicas de um reflexo súbito da expressão dos sentimentos. E os abraços ainda tão quentes e reconfortantes fizeram-me sentir cega, surda e muda, fingindo nada sentir numa intimidade lacerante de todas as visões, sons e palavras que habitam em mim. Foi como se o vivido tivesse sido sempre o hoje e nunca o pretérito dos tempos, como se a distância apenas nos abafasse a míseras histórias de vida e no fundo ainda pertencêssemos todos aqueles locais que eram tão nossos e nos faziam ser tão de nós mesmos. E qualquer história que contamos, cada olhar desamparado, traz a memória de todas aquelas aventuras que vivemos e ainda hoje nos dilaceram o pensar. Algumas dessas reminiscências escaparam-se, outras cantaram-se, outras calaram-se, outras recataram-se e outras sonharam-se.
E hoje é um novo dia, sim, em que me vou descobrindo com novos olhares, novos sentires que se fundem nas antiguidades de mim mesma, e encerro este capítulo com a mesma doçura de momentos de vida aromatizados de sensatez, amizade e compreensão... e a minha felicidade sou eu, os meus mundos, os meus momentos e todos os que despertam a caixa de sentimentos que vive em mim.
E hoje é um novo dia, sim, em que me vou descobrindo com novos olhares, novos sentires que se fundem nas antiguidades de mim mesma, e encerro este capítulo com a mesma doçura de momentos de vida aromatizados de sensatez, amizade e compreensão... e a minha felicidade sou eu, os meus mundos, os meus momentos e todos os que despertam a caixa de sentimentos que vive em mim.
"Até Breve!"
[Escrito para os meus miguitos do 9ºB... que estão sempre presentes naqueloutro "até breve"]