Beberiquei na caneca de chocolate quente, que há algum tempo se deparava distraída na mesa da sala e encostei-me ao sofá. Não quis pensar, não quis aquele turbilhão de pensamentos e sentimentos a enrolar a cem à hora pela minha cabeça em rodapé.
Não quis a tua imagem incessante enquanto fechava os olhos e encostava a cabeça nas almofadas. Enquanto ouvia a música melancólica pela última e milésima vez consecutiva esta noite, aquela que tantas recordações me traz de ti.
Queria só mais um pouco, por um pouco mais. Apagar as luzes, e voltar a sentir o teu corpo abraçado ao meu, em perfeita reciprocidade, sem qualquer desejo. Como que se a tua presença fosse o suficiente. A verdade é que me invadiste o pensamento, a minha consciência construiu aquele castelo indefeso que te deixa por vezes estrondear o meu vazio.
Consumo-me quando matuto que foi o suficiente não saber como te dizer adeus, o não querer dizer-te adeus, e mesmo assim, saber que tinha do dizer… como me esgota deixar de amar o passado!
Agora vejo que talvez me tenhas cedido tempo, talvez me estivesse a dar oportunidade, a mim própria, de guardar uma das coisas mais puras e mágicas daquilo que um dia fomos, juntos.
sábado, 14 de janeiro de 2006
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário