sexta-feira, 20 de janeiro de 2006

Vestigios de ti!

Deixaste perdida no ar a promessa de que vinhas. Um dia virias. E eu acreditei!
Ingenuidade, ou simples vontade de finalmente te ter a meu lado.
Especial? Oh mísera falsidade. Ou mera cobardia. Sempre tive uma grande falta de aptidão para crer nas pessoas, mas tu, tu conseguiste-me dar a volta, soubeste ter o infeliz dom de me fazer confiar em ti.
O que terás tu feito de tão deslumbrante e surpreendente para me captares com tanto sentimento os meus sentidos, o que terias tu de tão especial (ou de tão pouco) que me tivesse tornado tão envolta de ti, o que tens tu de tão encantador … que me faz aos teus olhos e aos meus olhos tão vulnerável…Agora… deixei de me demandar acerca disso, limitei-me a acreditar e a acomodar-me naquelas tão vulgares frases ditas, tantas vezes vistas em filmes e em livros, e tão banalizadas nas músicas comerciais de hoje em dia… simplesmente “porque tinha que ser assim”. E ponto final parágrafo.
Tal não era a necessidade de uma resposta. Mais uma vez voltei a contrariar toda aquela minha linha racionalizada de pensar. Chega a ser irónico, no mínimo sarcástico… mas a verdade é que me enganei tanto. E tu enganaste-me tão bem, e sem perceber porquê continuas a enganar!
Admiro a feição como todos te enlaçam desesperadamente! O olhar triste e cansado que irradias aos que te envolvem… sim, continuas a procurar a alguém… despes sorrisos… contudo asfixiaste no meio da multidão que te venera.
Sabes, no fundo acho que foges de mim. Com medo que o chão que nos segura te fuja entra os dedos frágeis, que tanto gosto que me acarinhem o cabelo.
Faz-me falta a simplicidade do teu olhar, a maneira como vias as coisas, como rias, e me pedias para te velar, sempre.
Hoje… abraço os vestígios de ti!

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